Quando pensar se torna um vício.

O que fazer ?

O que fazer quando pensar se torna um vício ?

Resposta fácil: Não pensar !

Mas para não pensar, preciso pensar em não pensar. Daí já estou pensando.

Ok, ok. Filosofia de botequim, descobri a América, ha-ha-ha...

Pode-se tentar simplesmente parar de pensar, mesmo que para isso seja necessário pensar. Pode-se tentar pensar apenas em parar de pensar. Você já sai de um monte de pensamentos para um só: Não pensar. Depois de se desfazer de uma baciada de pensamentos, se desfazer de mais um parece a coisa mais fácil do mundo. Ah, doce ilusão...

Outro modo de parar de pensar é agir. Agir incessantemente. E se concentrar nessa ação. Se concentrar absolutamente. Facil, né ? Então tenta... Oh, você já tentou ? Não rolou ? Yeah, yeah, me too... So sad, e bem vindo(a) ao clube...

Pode-se tentar ver T.V., ou se distrair com qualquer desses meios de comunicação em massa que, via de regra, nos entregam o que há de mais pasteurizado em toda produção artística e cultural da humanidade. Isso é capaz de fazer de um ser humano praticamente uma casca vazia e sem alma, em determinados casos. Entretanto, ao terminar seja lá o que estiver passando, passou-se o tempo, indelével e impiedosamente, sem nos entregar nem uma mínima migalha de paz, paradoxalmente demonstrando com clareza que do nada, coisa nenhuma surge, aliás, como seria esperado. Para não ser assim tão radical, no meu caso só surge uma certa decepção interior pela perda de tempo. Ah, e eventualmente, uma frase com grande potencial de estar em um pára-choque de caminhão - "do nada, coisa nenhuma surge"- ... Ah, faça-me o favor...

Existe também a possibilidade clássica da meditação, seja ela transcendental ou não. É uma coisa bem legal de fazer, mas exige uma certa técnica e uma certa dedicação. Mas se querem saber, é a solução que considero mais próxima do ideal. Será que consigo ?

Prá mim também funciona uma coisa que eu adoro fazer: Ouvir música, deitado em minha cama, no meu quarto. Que delícia !!!! E minha mente vaga por todos os recantos de si mesma, como se carregada pelas notas das canções que me embalam até que, quase sempre acabo dormindo. Ou com um sono monstruoso. Está bem, guardemos essa solução para o período noturno.

Ah, tem uma outra coisa que me ajuda também. Escrever em blog, orkut, e-mail, .doc, quase qualquer suporte sobre o qual possa deixar escoar as palavras que fluem nos canais rochosos e gélidos de minh'alma, pelas águas profundas e intensas de meu âmago, que desabam em tormetosas e atormentadas corredeiras pelos recantos mais intersticiais daquilo que me faz ser exclusivamente EU.

E cá estou. Pensando o não-pensar e não pensando. Fluindo. Refluindo. Em espiral. Descendente. Rumo às trevas. Pelas trevas. Ausente de Luz, em busca de sua contra-parte. Própria e exclusiva. Iluminação interior e pessoal. Um Flash. Da Eternidade, para a Eternidade.

P.S.: Brigadão, Jak.