Inércia

[Inicio o post ao som de The Beatles - In My Life].

Olá, amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Depois de um longo recesso, eis me de volta com um post que já começa com uma coincidência que eu achei bastante feliz, que foi o fato de eu ter começado esse post ouvindo uma música como a "In My Life", a qual tem bastante a ver com ele, não exatamente em sua letra, mas em seu significado um tanto nostálgico e profundamente revelador da aceitação de um modo de perceber e viver a vida.

E eu digo isso pois hoje falarei daquela que talvez seja uma das mais específicas características desse que vos escreve: O fato de eu ser uma pessoa inercial.

Mas o que ele quer dizer com esse negócio de inercial ? - Você(s) pode(m) estar se perguntando... Bom, é o seguinte:

Para criar essa concepção me inspirei, é claro, na primeira lei de Newton, que diz: "Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas a ele". E querem saber de uma coisa: Eu acho que eu nunca encontrei nada que me definisse tão bem com relação à tendência que tenho para assumir uma determinada postura com relação a tudo e todos com que eu interajo.

Explicando melhor, o que acontece comigo é que, uma vez que eu assuma um determinado curso de ação com relação a algo ou alguém, minha tendência é permanecer nesse mesmo curso de ação até que, por motivo da ação de uma força, mais comumente externa, ou seja, relativa às interações que realizo com o mundo, mas também eventualmente interna, ou seja, relativa às interações que ocorrem em minha subjetividade, especialmente em minha psiqué, ele se altere ou seja alterado.

Mas não é só isso... Por causa dessa minha característica, a não ser que a força atuante sobre meu estado inercial seja de uma ordem grandemente significativa, o suficiente para me provocar uma alteração imediata de condição de movimento ou repouso, o processo de mudança de direção e sentido que ela pode vir a gerar, se torna muuuuito amplo e lento, assim como meu movimento "curvilíneo", que também se torna tão longo quanto menos significativa for a força que atua sobre mim.

E tem mais, uma vez que todos nós seres humanos estamos o tempo todo expostos a inúmeras forças, nem todas elas geram efeitos sobre este que vos escreve, e isso acontece por dois motivos: Primeiro, porque às vezes as forças se equilibram e, por isso, se anulam e segundo, pois essas forças, muitas vezes, ou não são suficientemente intensas para vencer as forças que me levaram ao meu estado atual de movimento e me mantêm nele, ou não são suficientemente intensas para vencerem as forças que me mantêm em estado de repouso.

Ou seja, considerando tudo isso, embora esse fato não seja quase nada evidente, eu também sou uma pessoa em eterno processo de mudança e adaptação, como eu considero que todos os seres humanos são, só que, no meu caso, esse processo costuma acontecer muito paulatinamente.

Enfim, para resumir, sou um cara de natureza estável, não afeito a mudanças drásticas. A nada drástico, aliás, mesmo sabendo que "nada", nesse ínterim, pode ser uma palavra muito forte. ;-)

E como se não bastasse isso, mesmo que eu entre num processo de mudança, ele tende a ter "baixa manobrabilidade", isto é, ser longilíneo e leeeeeeeeeeeento para completar a "curva" que o levará a assumir a nova direção para a qual seguirei.

É isso. Taí mais uma coisa que eu descobri sobre mim.

Grande beijo para as moças, grande abraço, tudo de bom e felicidades a todos e todas que, por passarem por aqui e pela minha vida, acabam sendo os principais responsáveis pelas descobertas que eu, eventualmente, faço sobre mim.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C..

[Encerro o post ao som de The Beatles - Honey Don´t].