sexta-feira, janeiro 18, 2013

Perfeição.

(Oh my f***ing nachos...)

[Inicio o post ao som de Legião Urbana - Perfeição.]

Imaginava, ao começar a escrever esse post, que esse mesmo blog, há muito tempo atrás, eu havia apresentado minha concepção de Deus e Sua atuação na obra que nós e Ele desenvolvemos, elaboramos, construímos a cada segundo da vida de cada um de nós, elementos constituintes do Universo (ou Multiverso, sei lá...). Entretanto, li e reli inúmeros posts anteriores e percebi que eu nunca descrevi essa minha visão...

Sabendo disso, e eu não sei se é uma boa ou uma má notícia, decidi que também não será hoje que entrarei tão a fundo nesse assunto. Assim, usarei e explicarei apenas os conceitos que serão realmente úteis para o tema sobre o qual pretendo escrever aqui hoje, deixando essa expressão de minha visão sobre Deus, a Vida, o Universo e tudo mais para um outro momento.

Bom, indo agora um pouco mais direto ao assunto:

Perfeição; Desde que, no enfrentamento de um problema tanto funcional, quanto psicológico em minha voz, ocorrido nos primeiros anos desse século, ou seja, há mais de dez anos atrás (caramba, nunca havia percebido que tanto tempo se passou desde então...), criou-se em mim a concepção de que sempre, em todos os momentos de nossa vida, estamos desenvolvendo e construindo cada mínimo e mais elementar instante que vivemos, algo que não fazemos sozinhos, mas sim na companhia de Deus e dos desígnios que Ele ora sugere, ora tenta impor em nossas vidas, algo que Ele faz com o intuito de que aprendamos, cresçamos e amadureçamos, nos tornando, cada vez mais, pessoas melhores, mais sábias, mais desenvolvidas e mais preparadas para tudo que necessariamente enfrentaremos em nossas vidas.

Assim sendo, acredito que independentemente do que venhamos a viver e do que nos aconteça, realizamos uma Grande Obra com nossas vidas, Obra essa que considero, por definição, "Perfeição", uma vez que quaisquer "erros" que eventualmente aconteçam não são algo a se desprezar ou a se revoltar contra, mas sim senão a principal, uma das principais formas de aprendizado, e por consequência, senão a principal, uma das principais ferramentas de Deus para a realização de Seu intuito conforme citado no parágrafo anterior.

Portanto, tendo em minha mente essa concepção de que a existência de cada elemento constituinte dessa Grande Obra coletiva que é a Obra Divina, nada mais, nada menos é do que "Perfeição", porque eu tenho tanta dificuldade para aceitar determinados eventos que ocorrem em minha vida?

Não sou capaz ainda de responder essa pergunta. Espero um dia ser. Mas não é isso que me preocupa atualmente. O que me preocupa não é a Perfeição da Obra Divina, mas sim o retorno e/ou renascimento de uma das mais cruéis e destrutivas características de minha personalidade imatura: Meu perfeccionismo.

Se houve algo que me fez mal durante toda minha infância e adolescência foi meu perfeccionismo, ou seja, minha necessidade de ser visto como alguém que não possui defeitos. Como consequência dele, veio a arrogância, a prepotência, a super-cobrança e a super exigência, a idealização, a ilusão, e tudo que me levou ao pior momento psicológico de minha vida, o qual ocorreu imediatamente antes do enfrentamento de minha "crise vocal", conforme também anteriormente citado.

Então já que não era a Perfeição da Obra Divina que me preocupava, o motivo pelo qual falei sobre ela foi o fato de que só quando acreditei absolutamente nessa "Perfeição" é que consegui me livrar efetivamente de meu perfeccionismo. Ou seja, precisei acreditar tanto em uma "Perfeição Superior", quanto no fato de que minhas "imperfeições" eram tão importantes quanto minhas "perfeições" na construção dessa Obra Divina, cuja "Perfeição" eu sou absolutamente incapaz de julgar, uma vez que ela depende também do Desígnio Divino que atua no sentido do aprendizado, do crescimento e do amadurecimento não só meu, mas de todos os elementos que compõem essa maravilhosa Obra Divina.

Bom, isso tudo posto, finalmente cheguei ao cerne desse texto: Recentemente, mas não exatamente com essas palavras, me disseram que eu sou "perfeito demais". E naturalmente, dada toda essa minha história com meu perfeccionismo, isso acabou comigo.

Tudo bem, eu entendo que tenho de tentar descobrir uma forma de reverter esse processo perfeccionista, pois o potencial destrutivo dele em minha psiqué, e principalmente em meu bem-estar é indescritível para mim. O número de alegrias, desejos, amores, belezas, prazeres e diversões, por exemplo, das quais meu perfeccionismo me privou e me priva é incalculável, e a simples tentativa de lembrar de tudo isso me bombardeia o coração com maus sentimentos e dores, perfurando minh'alma.

Assim sendo, me parece realmente ser absolutamente necessário que eu passe por uma nova avaliação e que eu tenha junto de mim alguém que me acompanhe nessa jornada de provável reforma e redescobrimento.

E por fim, a quem ler essas mal-ajambradas linhas, por favor, desejem-me sorte.

[Encerro o post ao som de Fiona Apple - To Your Love.]

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Perfeicao é simplicidade, meu caro.

2:37 AM

 

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