terça-feira, fevereiro 27, 2007

Mestre do Mal - Epílogo

Olá, amigos e amigas do Renatadas, tudo bom ? Espero que sim.

Como o próprio título diz, este texto representa um fim. O ocaso de uma era.

Explico:

Há muito tempo atrás, um pouco depois de eu ter começado a jogar mais seriamente Role Playing Game, o R.P.G., que é um jogo de interpretação de papéis, que funciona mais ou menos como uma mistura de jogo de tabuleiro com teatro de improviso, tive vontade de atuar não apenas como jogador, mas como mestre, que é aquele que organiza o jogo e representa no mesmo tudo que não é representado pelos jogadores.

E quando eu digo tudo, é tudo mesmo, desde a parede da casa, até os pais, filhos e, especialmente, os adversários e inimigos deles.

E querem saber de uma coisa:

Eu já fui um mal mestre, um mestre ruim... De baixa competência...

Digo isso porque o parâmetro mais importante que qualifica tudo que se relaciona com o R.P.G. é a diversão. Se todos, ou pelo menos a grande maioria, se divertiram, o R.P.G. foi bom. Se não, foi ruim. É simples assim.

E nessa época, em que comecei a mestrar, no fim da minha adolescência, eu não só não dava bola para a diversão dos jogadores, como dava muita bola para a minha própria diversão. Foi uma época em que eu era um cara muito arrogante, idealista, egoísta e rígido em relação à minhas crenças, com o agravante de que, sendo assim, acabava achando que todo mundo estava errado e só eu estava certo.

É, amigos e amigas, eu já fui assim... E precisei que tudo que eu havia construído como possibilidade de futuro fosse implodido para que eu pudesse começar a freqüentar psicoterapia e perceber tudo isso que relatei acima.

O ano em que essa catástrofe pessoal aconteceu Foi um dos anos mais difíceis de toda minha vida, mas após o doloroso e muito desafiador processo que me levou a ter forças para me reerguer e recomeçar meu caminho, eu considero que me tornei uma pessoa melhor, muito parecida com esse que ora escreve e tem o prazer de conviver com alguns de vocês.

Inclusive, ao mesmo tempo em que me tornei uma pessoa que eu considero melhor do que aquele que outrora fui, me tornei também um mestre muito melhor, muito mais sensível às ansiedades, necessidades, desejos e expectativas daqueles que jogavam R.P.G. sob meu mestrar. Assim foi possível iniciar uma campanha de R.P.G. que já dura 5 anos.

(Nota: Para aqueles que não são familiarizados com o jargão dessa "tribo", "campanha" significa uma série de aventuras que se desenvolvem como em um seriado de televisão, com cada nova aventura, ou partida, seguindo a partir de tudo que ocorreu na aventura, ou partida, anterior.)

"Mas o que tudo isso tem a ver com esse post ?", vocês podem estar se perguntando.

Ocorre que, devido a meu passado como um mal mestre, meus amigos e amigas que jogaram R.P.G. sob meu mestrar, quando eu já não era um mestre ruim, fazendo uma analogia ao Anime (Desenho Japonês) Cavaleiros do Zodíaco, me apelidaram de "Mestre do Mal".

Bem, até recentemente, isso não me afetava em nada... Eu achava graça, brincava e, vira e mexe, curtia um pouco com eles a idéia de que eu era um mestre malvado e usaria meus poderes que, na partida de R.P.G. são infinitos, para ferrar os personagens deles. Só que eu sabia que eu nunca faria isso e acho que eles também sabiam que tudo não passava de uma brincadeira besta...
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Entretanto, e nessas histórias sempre há um entretanto, acho que ultimamente tenho sofrido uma grande queda na minha capacidade de perceber o que os jogadores acham divertido. E se isso está acontecendo eu me sinto extremamente inclinado a pensar que estou começando a repetir um erro do passado e colocar minhas visões de como deve se conduzir a história de uma partida de R.P.G. acima do mais alto parâmetro de qualificação de uma partida de R.P.G.: A DIVERSÃO. Além disso, acho que um fator que favorece esse acontecimento é esse meu título e a má fama que ele traz consigo.
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Por isso, de ontem em diante, abro completamente mão do título de "Mestre do Mal" e declaro para os devidos fins que o "Mestre do Mal" que eu fui desde que adquiri esse título não mais existe. Está terminado, eu espero, para sempre.

Da mesma forma, peço encarecidamente para aqueles que me apelidaram assim e que ainda se referem a mim dessa maneira, que não mais o façam. No more "Mestre do Mal". E tenho dito.

Revogam-se as disposições em contrário.

Beijos para as moças, abraços, tudo de bom e felicidades a todos e todas que exploram os obscuros corredores dessa "masmorra de mim" que sustento intrínseca.

Até mais.

De seu amigo,
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Renato F.C.

sábado, fevereiro 17, 2007

FÉ - Capítulo III: Tenebrosa Chama

Olá, amigos e amigas do Renatadas, tudo bom ? Espero que sim.

E cá estou para lhes apresentar o mais novo capítulo da ficção que estou escrevendo. Espero que gostem.

Mais uma vez, reforço meu pedido para que, caso seja possível, após a leitura desse capítulo, vocês façam comentários a respeito do que estão achando da estória e da maneira como a estou escrevendo.

Desde já agradeço a disponibilidade e a colaboração de vocês através da leitura e dos comentários daqueles que tiverem oportunidade de fazê-los.

Sem mais delongas,

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FÉ - Escrita por Renato de Faria Cavalheiro.

Capítulo III - Tenebrosa Chama

O céu se fecha cada vez mais. As nuvens parecem abraçar-se umas às outras e se aproximam do solo, enegrecendo uma tarde que tinha tudo para transcorrer na mais absoluta tranqüilidade, como têm sido ultimamente.

O vento sopra com uma violência raramente vista assumindo uma sonoridade que mais parece o grito das almas despedaçadas nos planos inferiores do Abismo.

A chuva, fria e cortante como finas lâminas, começa a se tornar um sério incômodo para todos que estão ao ar livre.

Os bravos arqueiros da murada frontal do forte se entreolham com visível temor. Nem um único deles foi capaz de disfarçar a sensação causada pelo enregelante olhar do elfo negro.

Alguns deles, mais assustados, agacharam-se atrás da murada. Alguns tremiam, alguns choramingavam e alguns, que não eram mais capazes de decidir como iriam manifestar o pavor que sentiam, simplesmente choramingavam tremendo.

Aqueles que mantiveram sua bravura e seu compromisso com a defesa daquele forte aparentemente condenado, foram os únicos capazes de ouvir os sonoros e graves risos do elfo negro enquanto seu pequeno exército vencia a colina e firmava posição a pouco mais de trinta metros do forte.

Furiosos, esses corajosos homens tencionaram quase que ao mesmo tempo as cordas de seus arcos apontando exatamente para a primeira fileira de guerreiros.

Prontos para atirar, eles inspiraram o pesado e úmido ar, apontaram para a primeira fileira de guerreiros e libertaram, instantes depois, as primeiras doze flechas que cortaram, com um agudo zunido, o tempestuoso céu que todos tinham sobre suas cabeças. Doze flechas. Doze pássaros de madeira que, caprichosamente, voaram ao sabor da ventania correndo por todo o campo e pousando, unanimemente sem atingir um adversário sequer.

Repentinamente, todos se voltam para o elfo negro que ainda ria. No momento que a última flecha atinge o solo, o que era um riso se torna uma gargalhada.

Mal o som dessas galhofas chega ao ouvido dos arqueiros na murada, gritos de guerra ecoam por todo o forte. Todos os guerreiros do forte se encontram logo atrás do portão. Alguns sobem às muradas com arcos em punho e flechas em suas aljavas. Um brilho de esperança surge nos corações dos defensores do forte, ao mesmo tempo que as ordens do capitão Plahud Esop, líder dessa fortificação, rompem a cacofonia da tormenta. Um breve alívio percorre a tropa defensora até que um reverberante zunido chega aos ouvidos de todos.

Como prateadas aves de rapina em seu bote mortal, dezenas de flechas começam a cair dentro do forte, levando em seu mergulho mortal a vida de três arqueiros, dois guerreiros e a voz de Plahud Esop, que teve sua garganta atravessada mortalmente pela ponta de uma dessas setas negras, a qual atingiu-o em um dos pouquíssimos pontos fracos de sua armadura de batalha.

Repentinamente, com a voz de Plahud, se vão as vozes de todos os guerreiros que agitavam-se dentro da fortificação. Por um breve momento tudo parece calar, tudo se aquieta no âmago dos defensores.

Dessa mesma forma inesperada, um urro desordenado corta o ar e chega aos ouvidos de todos. Um arqueiro que parecia obcecado em acertar o mais certeiro tiro de sua vida naquele elfo negro, não tirando os olhos dele nem por um momento, observa seu alvo erguer a mão direita na frente de seu rosto.

Chamas púrpuras começam a cobri-la do pulso aos dedos. O rosto do elfo se ilumina. Seus cabelos, agora arroxeados, se agitam intensamente. Sua mão desce em direção ao centro de seu tórax e seu braço se estende à frente. Em um instante seu corpo é coberto pelas chamas púrpuras que unem-se em sua mão direita, para, logo em seguida, partir em disparada na direção do portão central do forte.

BOLA DE FOGO !!!! – Berra o assustado arqueiro.

Menos de um segundo depois, acompanhado de um relâmpago que atinge violentamente a floresta, e de seu retumbante trovão, o portão da fortificação explode em uma imensa, porém fria, flama púrpura, que começa imediatamente a consumir a lenha escura que compunha esse precioso bastião de defesa do forte.

Todos os atacantes gritam com intensa alegria, grito seguido por uma imediata ordem de carga vociferada pelo autor da magia que lhes serviu de aríete, a qual, por sua vez, é seguida por uma imediata movimentação dos numerosos guerreiros que puseram essa construção sob sítio.

Não suportando mais manter-se de pé por suas próprias forças, Plahud dirige seu olhar para o céu, vindo a deitá-lo, imediatamente sobre o portão frontal, assistindo, pouco antes de perder os sentidos, a segunda leva de flechas negras percorrer o céu enquanto os primeiros adversários adentram o local que ele adotou e defendia como se fosse o próprio ventre de sua esposa, à espera do infante espadachim que ele sonhava ter como filho.

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See'ya soon, fellows.

Grandes e estaladas beijocas para as moças, abraços, tudo de bom e felicidades a todos e todas que compartilham dos caminhos abertos, por esse que vos escreve, no obscuro firmamento das inspirações intrínsecas que participam de meu ser.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Assombração

Olá amigos e amigas do Renatadas, tudo bom ? Espero que sim.

Aproveitando o intervalo nesse momento ficcional, mais uma mensagem do patrocinador dessa programação, a minha Essência. Espero que vocês gostem.
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Assombração
Por Renato de Faria Cavalheiro

Espelho d'Água Passada, Reflexos:
Gélida treva que constrange a Alma.
Amargo sabor do veneno Obscuro.
Vôo que presupõe a última Vertigem.

Sob a sombra de uma alusão, Grilhões.
Do suor derramado de talentosa Fronte.
Oriunda do ventre das outroras Mil e uma Noites,
O que não se vê determina o que não se Faz

Centrípeto caminhar, centrífugo Destino,
Impossível banhar-se de luz e enxergar Além
Quando todos os passos fecham-se pela escuridão.

Formar a cruz é preciso, a exata Medida.
Um novo inspirar, novo realizar, novo suor,
Sem treva, veneno ou vertigem, somente consigo.

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Em breve retornaremos à ficção que aqui, e nas mentes de vocês, leitores, adquire forma.

Beijo para as moças, abraços, tudo de bom e felicidades a todos e todas que por aqui trazem as luzes de suas estrelas.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

sábado, fevereiro 10, 2007

A Arte da Fuga

Olá amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Interrompemos a presente ficção para um pronunciamento extraordinário de meu âmago profundo. Dentro de instantes, mais um capítulo da estória que ora se constitui sob seus valorosos olhares.

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A Arte da Fuga.

Eis me aqui, novamente.
Águas profundas, barrentas,
Escurecidas por refletir o céu noturno.

Eis me aqui, novamente.
Correntes, cárcere efêmero, incessante,
Impelidas, infinitas, pelas forças que tudo integram.

Eis me aqui, novamente.
Duro embate, cortando o ar, silêncio,
Nada em rocha, uma batalha por cada inspiração.

Eis me aqui, novamente.
Densidade, Máscara de Ferro sobre a verdade,
Lealdade, unidade, totalidade,
Totalidade, unidade, possibilidade, liberdade ?

Eis me aqui, novamente.
Incisivo brilho, sobre ar...
Oriente, tangente ocidente, oriente.

Eis me aqui, novamente.
Vazio ao insurgente, Ventoso fenecer,
Acalanto ora lacuna, pássaro incandescente.

Eis me aqui, novamente.
Sob o peso das quedas livres, força fluente,
Natureza inclemente, ferro frio em coração rebelde.

Eis me aqui, novamente.
Felino, ideal vaporizado que se faz em devaneios.
Anseios que povoam madrugadas,
Alegres, contidas, doloridas, temidas, vividas... Vidas ?

Eis me aqui, novamente, eternamente, pois latente.

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Epílogo - Uma pequena ressalva:

Ressalto que não declaro esse post extraordinário por ser especialmente inspirado. Dou-lhe essa designação por ser raro na expressão de minha essência.

Beijo para as damas, abraço, tudo de bom e felicidades a todos e todas que, por simplesmente correrem seus olhos por aqui, emprestam a esse oceano virtual de pensamentos, um pouco de sua espontânea elegância.

De seu amigo, com muito a ouvir, algo a dizer, mas pouco a vocalizar,

Renato F.C.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

FÉ - Capítulo II: Pré-Sentimentos de um Passado Presente

Olá amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Saindo do forno agora, aqui vai o segundo capítulo da ficção que estou escrevendo. Espero que vocês curtam ler tanto quanto estou curtindo escrever, se possível mais... hahahahaha... [;-)]

Peço novamente, por favor, a todas as pessoas que se dispuserem a ler que, na medida do possível, deixem um comentário com suas opiniões sobre a estória que estou escrevendo e sobre a maneira como estou escrevendo-a.

Desde já agradeço a todos e todas por sua colaboração.

Assim, sem mais delongas, apresento-lhes:

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FÉ - Escrita por Renato de Faria Cavalheiro.

Capítulo II - Pré-Sentimentos de um Passado Presente

Foi uma longa jornada. Todo seu corpo dói, padecendo de um cansaço que poucos seres suportariam. Não que tenha acabado de chegar de uma guerra, cavalgada, fuga ou algo assim. Simplesmente, sente o cansaço dos incessantes andarilhos, aqueles que, por mais que pretendam, nunca encontram no repouso, o conforto e a paz que encontram em cada pequeno passo de seu caminhar, em cada palmo de chão que percorrem, em cada singela experiência que vivem, em cada milagre que presenciam apenas pelo fato de estar em um movimento que, mais cedo ou mais tarde, com mais ou menos freqüência, os coloca no tempo e espaço onde os mais incríveis fenômenos acontecem.

Por mais que sua chegada tenha se dado a poucas horas, ele já sente saudade da jornada.

Repentinamente um relâmpago e seu retumbante trovão cortam o céu, tirando-o do torpor dos recém despertos. Como se carregada por um balde que foi virado, uma pancada de chuva se faz de tambor, ecoando gravemente dentro do alojamento onde ele acorda.

Mal se recupera do susto que trouxe sua consciência de volta, um grito desesperado chega, muito sutilmente, a seus ouvidos talentosos e bem-treinados. E em seguida desse, outros gritos surgem, gritos de alerta, gritos de guerra, gritos de desespero, todos entremeados por uma voz que se sobressai, vociferando duras ordens.

Com um rápido olhar, vê a porta de seu alojamento, feita de uma madeira velha e com aspecto de umedecida, porém mantida firme por algumas vigas e grandes pregos metálicos. Logo ao lado dela, lá estão: Armadura, bastão, grimório, sua funda, a pulseira que sua mãe lhe deu com as contas élficas que, séculos atrás, foi fabricada por um antepassado, seu livro de orações, mochila, cantil, ou seja, todo seu equipamento de viajante.

Imediatamente sua mão esquerda ergue-se até seu peito. Em um ligeiro movimento, ele o toca, o acalento de seu amado medalhão, símbolo sagrado de sua fé, onde a chama emoldurada pelas sete estrelas repousa carregando as bençãos e as responsabilidades de ser um servo da Senhora da Magia.

À sua volta, grossas paredes de uma pedra cor de chumbo, cujo aspecto também lhe faz parecer umedecida, lhe trazem, ao mesmo tempo, segurança e ansiedade. Raramente lhe agradou ficar em locais muito fechados.

Poucos móveis compõem seu alojamento. Há a cama, onde repousa, um baú em seus pés e um criado mudo a seu lado esquerdo todos de madeira. Todos velhos, Todos úmidos E todos muito firmes, apesar de sua simplicidade e aparente fragilidade.

Enfim, não é exagero dizer que todo o ar que ele respira está tomado pelo odor de umidade que domina todo esse ambiente.

Como em um piscar de seus próprios olhos, ele está de pé, armadura vestida, bastão e funda à mão. Súbito, ele abre a porta de seu alojamento e segue à esquerda pelo corredor, em direção à miríade de vozes, passos e sons metálicos que se forma no pátio dessa tão acolhedora fortificação. Suas pernas se encontram em um compassado e ligeiro movimento à toda velocidade. Sua mente já atingiu o estado superativo que assumem as mentes daqueles que estão prestes a encarar a morte que nos espreita a cada segundo.

No fim do túnel, a escuridão das carregadas e tempestuosas nuvens. Banhando seu corpo, os primeiros espirros da gélida torrente que o céu faz desabar sobre o forte. Em seus olhos, reflete-se o brilho quase cegante de um relâmpago. Em seus ouvidos reverberam, com a gravidade dos surdos tambores dos ogros, dois estrondos absolutamente nítidos e delicadamente desencontrados.

Em sua mente, com a intempestividade do relâmpago que ele acabou de presenciar, um brilho negro se forma... Espere aí ? Dois estrondos ?

Um agourento arrepio percorre sua espinha...

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By now, that's all..

Beijão para as damas, abração, tudibão e felicidades a todos e todas que por aqui correm seus olhares e a poesia com a qual eles iluminam esse espaço cibernético.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

domingo, fevereiro 04, 2007

FÉ - Capítulo I: Pré-Visões de um Passado Presente

Olá amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Atendendo aos pedidos de minha caríssima amiga e musa literáriia, Jak, eu irei, pela primeira vez, publicar nesse blog um post completamente ficcional.

Por favor, a todas as pessoas que se dispuserem a ler, peço encarecidamente que deixem um comentário com suas opiniões sobre a estória que estou escrevendo e, se possível, sobre a maneira como estou escrevendo essa estória.

Desde já agradeço a todos e todas por sua colaboração.

Sem mais delongas, apresento-lhes:

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- Escrita por Renato de Faria Cavalheiro.


Capítulo I – Pré-Visões de um Passado Presente

Inúmeros e agudos assobios ecoam ao longe, cortando o silêncio. Com movimentos ágeis, um grupo de pequenas e azuladas aves passa voando por sobre as espaçadas e frondosas árvores, cujos grossos troncos ramificam-se em galhos dos mais diversos tipos, repletos de folhas verde-escuras.

Ao passar na frente do Sol, avermelhado devido a proximidade do poente, e banhar o campo com suas sombras, esses pássaros, cujo canto toma conta das redondezas, ultrapassam as últimas árvores, as quais servem de fronteira para mais uma das diversas florestas que compõem as Terras dos Vales, e realizam um grande arco ascendente sobre o forte e seguem, impávidas, em direção ao Noroeste.

O céu, que já manifesta os tons rubros característicos do início do pôr-do-Sol, encontra-se repleto de nuvens que mais parecem algodão úmido esgarçado, fato que, juntamente com o vento fresco que carrega o característico odor de terra molhada, já comunica sobre a chuva que está para chegar.

Com os sentidos ligeiramente inebriados por causa de tão bela cena, um dos arqueiros que montava guarda sob a muralha frontal do Forte demora para perceber um fato: Há uma enorme nuvem de poeira e folhas emergindo das últimas centenas de metros que separam a floresta e o Forte.

Seus olhos se arregalam, estreitando-se em seguida. Sua respiração se torna descompassada. Seu coração começa a bater desordenadamente. Tentando manter-se calmo o arqueiro se levanta e respira fundo. Mal termina de inspirar o ar para dar o grito de alarme e um relâmpago rasga o céu, ofuscando-lhe a visão. Acompanhado por seu trovão, o raio de luz atinge uma árvore próxima ao muro frontal da fortificação, provocando um estrondo ensurdecedor, e fazendo-a começar a queimar imediatamente.

Ainda sob efeito do susto que esse evento provocou-lhe, o arqueiro, com toda força de seus pulmões, faz soar seu grito de alarme. Uma negra e carregadíssima nuvem encobre o Sol e tem início uma torrencial chuva de verão.

O vento começa a soprar desordenada e violentamente. Da mesma forma, arqueiros e soldados começam a equipar-se e assumir suas posições para a batalha que parece prestes a começar.

Devido a essas intempéries, a nuvem de poeira diminui e se torna possível ver o que a provocava. Muitos dos homens que agora estavam sobre a muralha com armas em punho preferiam nunca observar tal fato.

Uma numerosa cavalaria, de pelo menos cinqüenta membros com armas em punho, avança colina acima pelos campos frontais ao forte. Atrás dela, um grupo de aproximadamente mais cinqüenta guerreiros de armadura segue em desabalada carreira, carregando as mais diversas armas em suas mãos e os mais diversos gritos de guerra em suas bocas. Sucedendo-os, e avançando rapidamente, vêm pelo menos mais trinta arqueiros, todos de armaduras, arcos em punho e flechas na boca.

Um murmúrio reverbera entre os pouco mais de vinte defensores postados na muralha frontal. Em seguida, todos sentem, cada um a seu tempo e maneira, aquele arrepio característico que precede o momento em que se entrega o próprio coração nas mãos da Morte. Entretanto, isso ainda não era tudo...

Como se carregado pelas mãos de um gigante invisível feito do próprio ar, eis que surge, flutuando por sobre todas as tropas que avançam em direção ao forte, um homem. Esse homem veste um manto escuro, cujo capuz se encontra abaixado. Seus cabelos prateados agitam-se com selvageria, ao sabor dos ventos. Não, ele não é um homem, justiça seja feita. É um elfo. Um elfo negro.

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Enfim, por hora, é isso.

Grande beijo para as damas, abração, tudibão e felicidades a todos e todas que deixas suas pegadas na terra recém umidecida que forma os imprevisíveis caminhos criativos dos escritores, sejam eles amadores ou profissionais.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

sábado, fevereiro 03, 2007

...10, ...9, ...8, ...7, ...6, ...

Olá amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Apenas para constar:

Isso é uma contagem regressiva.

Apenas para constar também:

Não sei se, terminada a contagem, meu Coração vai explodir ou implodir... Só sei que está sendo um grande desafio suportar a pressão sob a qual ele se encontra. Preciso urgentemente achar o fio certo e cortá-lo, senão não faço a menor idéia de como estarei após esse cronômetro chegar ao zero...

E apenas para constar, afinal: Trilha sonora do momento: "I Still Love You", do Álbum "MTV Acústico Kiss". Esse Álbum, e especialmente essa Música são e sempre serão absolutamente representativos para mim, pois estiveram presentes em todos os momentos mais importantes da minha pós-adolescência e desse período que atualmente vivo, que chamo de adultescência, também conhecido como "vida adulta". Sem mais delongas:

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Kiss - I Still Love You

You tell me that you're leaving,
And I'm trying to understand
I had myself believing
I could take it like a man

But if you gotta go,
Then you gotta know
That it's killing me
And all the things
I never seem to show,
I gotta make you see

Girl it's been so long, (now, tell me)
Tell me how could it be
One of us knows the two of us don't belong
In each others company

It hurts so much inside,
You're telling me goodbye,
You wanna be free
And knowin' that you're gone
Leavin' me behind
I gotta make you see,
I gotta make you see,
I gotta make you see

That I still love you,
I love you
I really, I really love you,
I still love you

Now, people tell me
I should win by any cost
But now I see as the smoke clears away,
The battle has been lost

I see it in your eyes,
You never have to lie,
I'm out of your life
Tonight I'll dream away that you can still be mine
But I'm dreamin' a lie,
Dreamin' a lie,
Makes me wanna die

'Cause I still love you,
I love you
Baby, baby I love you,
I still love you

And when I think
Of all the things you'll never know
There's so much left to say'
Cos girl, I see the price of losing you
Will be my half to pay
My half to pay,
Each and every day,
Hear what I say

I still....

I still...

I still...

Love you,

I love you

Baby, baby, I Love,

I love you,
I love you,
I really love you
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Eu não sei se a pessoa a quem eu dedico esse post lê esse blog, eu até acho que não, mas para homenageá-la, e indicar para ela que eu lhe estou dedicando esse post, caso eventualmente ela o leia, coloco outra música do Kiss, que faz parte do mesmo Álbum citado acima, música essa, que eu sei, é muito importante para ela.

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Kiss - Every Time I Look At You

Tryin' to say I'm sorry
Didn't mean to break your heart
And find you waitin' up by the light of day

There's a lot I want to tell you
But I don't know where to start
And I don't know what I'd do if you walked away

Ooh, baby I tried to make it
I just got lost along the way

But, every time I look at you
No matter what I'm goin' thru
It's easy to see
And every time I hold you
The things I never told you
Seem to come easily'
Cause you're everything to me

I never really wanted
To let you get inside my heart
I wanted to believe this would soon be ending

I thought it wouldn't matter
If it all just came apart
But, now I realized I was just pretending

Ooh, baby, I know I hurt you
But you can still believe in me

Cause, every time I look at you
No matter what I'm goin' thru
It's easy to see
And every time I hold you
The things I never told you
Seem to come easliy,
Cause your everything to me

It's gonna take a little time to show you
Just what you mean to me, oh yeah
It seems the more I get to know you
The more I need to make you see,
You're everything I need, yeah

I need ya, I need ya, I need ya, I need ya, Yeah...

Ooh, Baby, baby, baby, I know I hurt you
But you can still believe in me

Cause, every time I look at you
No matter what I'm goin' thru
It's easy to see
And every time I hold you
The things I never told you
Seems to come easily
Cause your everything to me

You're everything to me
You're everything to me
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Enfim, esse post é um desabafo. Enquanto desabafo, pode ser que aquilo que o motivou simplesmente diminua, quiçá desapareça, após eu postar. Mas que eu acredito ser muito difícil acordar de madrugada com o Coração dolorido de tal maneira que eu levei mais de uma hora para, com muito sono, dormir de novo, isso eu acredito.

Grande beijo para as moças, abração, tudibão e felicidades a todos e todas que por aqui costumam passear.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Intrínseca Dialética

Olá, amigos e amigas do Renatadas. Tudo bom ? Espero que sim.

Pôxa, esse post que vou escrever me parece tão interessante que ele vem até com uma história toda própria.

Quando pensava nele anteriormente, havia me preparado para entitulá-lo "Eu não sou um Fodão".

Bem, vocês podem estar se perguntando: Mas o que esse negócio de "não ser um Fodão" significa ? Explico:

Durante meu curso de Publicidade e Propaganda na USP conheci um professor que, como raramente acontece nesse curso, não só era ótimo para ensinar, como também era um renomado e respeitado profissional de publicidade, cuja competência como Redator Publicitário e Escritor já lhe rendeu uma série de prêmios. Seu nome: João Carrascoza, "O Fodão".

Essa grande figura de nosso departamento, entre outras coisas bem interessantes, diverte-se ao ser chamado de "Carrasco", assim como eu, ao ser chamado de Mestre do Mal, e também costuma se referir à determinadas pessoas como um Fodão / uma Fodona, sendo esse o modo de ele dizer que acha essa pessoa alguém que possui um talento e/ou um nível de competência que a faz se destacar bastante dos demais.

E daí que vem a idéia do antigo titulo desse post. Minha constatação pessoal de que eu não sou uma dessas pessoas. E querem saber por que eu pensei assim ?

Pensei assim pois eu sempre me senti muito mais feliz e confortável na figura do Sidekick... Ah, vocês estão se perguntando o que quero dizer com Sidekick ? Esclareço:

Sidekick é um termo cunhado nos EUA, e que se refere àqueles parceiros dos heróis da ficção. O maior exemplo disso é o Robin, parceiro do Bátima... Quero dizer, do Batman, aquele viadinh... Não, não é isso... Ah, deixa prá lá... (Bendita Tia do Batiman... hahahahahaha... [:-p])

Enfim, o que quero dizer é que eu sempre gostei muito mais de ser aquele Mago conselheiro do Rei, do que o próprio Rei, o Escudeiro ao invés do Cavaleiro, aquele cara que está sempre com um Fodão, mas que não é o Fodão... Acho que agora ficou mais claro...

E esse meu pensamento abordava todos os aspectos de minha vida. Agora, querem saber o que eu descobri muito recentemente ?

Descobri que esse é um jeito bastante humilde de pensar, e que pensar assim seria ótimo, se não fosse também um jeito beeeem idiota de pensar...

É, idiota sim, de verdade... Porque pensando assim, dentro de minha psiqué, eu sempre me impus mais limitações do que muito provavelmente eu realmente possuo... E isso, se não foi um dos principais motivos do rendimento medíocre que eu acho que tive em toda minha vida adulta, estou certo de que esse fato colaborou para que o resultado que alcancei em minha adultescência me cause tal impressão.

Afinal, caindo em um enooorme lugar comum, se eu não acreditar que eu posso, que eu tenho talento(s) e todas as possibilidades de desenvolvê-lo(s), aí mesmo é que eu não terei a menor chance de ser um Fodão, nem que eu queira muito. E o pior é que, mesmo que eu queira ser apenas um Sidekick, algo que hoje eu não quero mais, se aquele que eu adotar como "Fodão" se tornar realmente "Fodão", pelo menos um "Sidekick Fodão" eu terei que ser.

E tem mais: Eu sei que tenho talentos, alguns até bastante grandes e já razoavelmente bem desenvolvidos... Assim, para que eu consiga crescer, e me desenvolver, utilizando esses talentos em toda a sua capacidade, uma das coisas que eu acredito ser importante é eu não temer ser um Fodão e não me prender à vontade de ser um Sidekick.

Também é importante que eu tenha sempre em minha mente que, por mais que eu seja uma pessoa muito abençoada por poder chamar de amigos e amigas alguns homens e mulheres que eu considero verdadeiros fenômenos, pessoas geniais, das quais eu me orgulharia imensamente em ser um Sidekick, pode ser que eu tenha tanta capacidade quanto eles, talvez até mais em alguns aspectos, para, utilizando meus talentos e desenvolvendo minha competência nos mesmos, me tornar um Fodão como eu os considero, inclusive porque todos esses que eu considero Fodões e Fodonas ralaram muuuuito meeeesmo para chegar onde chegaram e fazer as coisas que eles já fizeram e ainda são capazes de fazer.

Finalmente, é através de todo esse raciocínio que eu cheguei ao atual título do post, "Intrínseca Dialética".
Pois será aprendendo a me equilibrar sobre a intrínseca dialética que se faz presente no embate entre minha vontade, muitas vezes inconsciente, de permanecer na posição de Sidekick, e essa minha consciência de que eu tenho todas as possibilidades de me tornar um Fodão por meio do desenvolvimento daquilo que eu tenho de talentoso, que eu conseguirei alcançar meus objetivos de vida, realizar meus sonhos e deixar minha marca na vida não só das pessoas que eu tenho o prazer de amar e de contar com seu amor, mas nas vidas de uma série de pessoas que eu não poderei conhecer, as quais, a seu modo, conhecerão e reterão um pequeno pedaço de minha essência humana, de minha alma transcendental, expressada em um trabalho que poderá vir a ser não só considerado Fodão por si só, mas também por ser de uma pessoa que batalhou dura e dedicadamente para desenvolver seus talentos e sua competência na utilização deles, de uma tal maneira que este conseguiu atrair para si as dores, os amores e as responsabilidades de ser um Fodão.

Com isso, após mais um looongo post cabeça, eis me aqui para agradecer a todos os Fodões, todas as Fodonas e aos Sidekicks que, de modos incompreensíveis até mesmo para mim, que escrevi essas palavras, tornaram possível eu adquirir a consciência de que, me impondo um desejo de ser um Sidekick, eu não só estava me enganando, como também estava me sabotando na já muuuito tortuosa caminhada que me levará a alcançar o destino que minha brilhante Estrela de Belém indica, atravessando o mundo e seus obstáculos, atravessando a vida e seus desafios, diretamente ao encontro de Deus, seja como Ele for, Aquele que, estou mais do que certo, caso eu consiga chegar ao meu destino, me receberá sorrindo e acenando, com toda inocência e o brilho nos olhos de um Divino Bebê recém-nascido que é, ao mesmo tempo, Seu e meu Pai e Sua e minha Alma Sagrada.

E, para finalizar definitivamente, aqui vai a letra de uma música que eu acho que tem bastante a ver com o que sinto em meu âmago neste momento, e com a maneira com que pretendo me colocar perante o mundo daqui prá frente. Eu sempre pensei de um modo parecido com o que é expresso nessa música, mas só agora eu tenho consciência que preciso pôr esse pensamento, essa intenção em prática em todos os setores de minha vida, não só em minha psiqué.

Essa música, muito pouco conhecida, se chama "Best I Can", e pertence a uma das minhas bandas prediletas, a qual já me valeu um apelido: RUSH. Então, sem mais delongas:

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Rush - Best I Can

I've got a livin' that's rough, a future that's tough,
You know what I mean
Blankers and boasters, all the bluffers and posers
I'm not into that scene

You can tell me that I got no class
Look around, you'll see who's laughin' last
Don't give me speeches 'cause they're oh so droll
Leave me alone, let me rock and roll

Got an itchin' to rock, a hate for small talk,
I'm funny that way
Got my sights on the stars, won't get that far,
But I'll try anyway

I just like to please, I don't like to tease
I'm easy like that
Don't like long rests, I must confess
I'm an impatient cat

You can tell me that I got no class
Look around, you'll see who's laughin' last
Don't give me speeches 'cause they're oh so droll
Leave me alone, let me rock and roll

I do the best that I can
I'm just what I am
I do the best I can
Well, I know what I am

Solo

I do the best that I can
I'm just what I am
I do the best I can
Well, I know what I am

Got an itchin' to rock, a hate for small talk
I'm funny that way
Got my sights on the stars, won't get that far
But I'll try anyway

Rock and roll-in's a scream, makin' millions my dream
Well, I do that a lot
I'll just give it a try, won't let good times pass me by
They're all I've got
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Beijo às belas e doces moças, abraço, tudo de bom e felicidades a todos e todas que por aqui trazem a luz de sua divina chama, marcando com ela os traços da passagem de nossa mágica essência.

Até mais.

De seu amigo,

Renato F.C.

P.S.: Está chegando a hora, Jak. Por favor, aguarde só mais um pouquinho, minha cara musa literária. [;-)]